quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Saudades

A Saudade Mata a Gente
Maria Bethânia
Composição: Antônio Almeida e João de Barro

Fiz meu rancho na beira do rio
Meu amor foi comigo morar
E nas redes nas noites de frio
Meu bem me abraçava pra me agasalhar
Mas agora, meu Deus, vou-me embora
Vou-me embora e não sei se voi voltar
A saudade nas noites de frio
Em meu peito vazio virá se aninhar

A saudade é dor pungente, morena
A saudade mata a gente, morena
A saudade é dor pungente, morena
A saudade mata a gente

Existe sentimento mais dolorido e forte do que a saudade? Acho que não. Ela mata, estraçalha, machuca. Uma saudade de amor é pior ainda... Você quer estar perto, mas não sabe quando vai poder se agasalhar novamente no peito da pessoa amada. A pureza da paixão se torna um verdadeiro fel a te incomodar.
Por várias vezes senti saudade. Da minha família, quando foram morar longe; dos meus amigos, que um dia tive que abandonar; de parentes, que porventura se afastaram. Mas acho que nunca senti algo parecido como agora. Quando você ama, se apaixona, a dor é maior. O sentimento é forte e pungente. Mata a gente.

domingo, 9 de agosto de 2009

Parem de dizer o que eu devo sentir

Uma vez um amigo, sabendo que eu trabalhava na imprensa, me fez a seguinte pergunta:
- Por que vocês da mídia tentam sempre nos dizer o que podemos e devemos fazer?
Eu, muito calmamente, pensei e respondi com um pouco de raiva e sarcasmo:
- Ora, você acha que só a imprensa dita sua vida? Olhe ao seu redor! Todos tentam conduzi-la. O que você pode ou não deve fazer; o que você é bom comer ou é proibido, isto desde Adão e Eva; ou mesmo quem você pode comer. Nossa vida, colega, é uma verdadeira ditadura, a qual os costumes estão impregnados na cultura das pessoas e só uma mudança de estrutura seria capaz de modificar este cenário. A culpa, dessa vez, não é só nossa.
Se minha querida ex-professora de Antropologia lesse esse texto ela ficaria feliz. (risos). Mas Levi Strauss já dizia há muitos anos, antes mesmo da febre da TV e da internet, que só uma mudança geral no status quo é capaz de modificar o ambiente. Pequenas mudanças não adiantam em nada, se não há uma percepção nova e total na consciência do coletivo. Sei que o conceito dito pelo pensador belga não foi bem esse, mas sua essência sim.
O que o pai do estruturalismo quis nos dizer, na verdade, é que a vida em sociedade é bem complexa. E a modificação de um cenário é bem difícil, pois deve atingir a todos do grupo. Chegamos a conclusão de que o mundo gira, em todos os sentidos, e não sai do lugar. Com isso a vogue pode até mudar, mas os seus representantes têm uma cabeça difícil.
Aí você pode me perguntar: mas por que este cara está falando de estruturalismo, quando na verdade começou a escrever sobre a influência do pensamento das pessoas sobre as demais. Aí eu te respondo da mesma maneira que respondi para meu amigo: com raiva, porque sei que é bem verdade; e sarcasmo, pois sofro junto com vocês.
O controle que queremos ter dos outros parece algo muito inerente a nós. Gostamos de controlar a vida dos outros; achamos ridículo aquilo que foge do chamado padrão. Os preconceitos continuam: temos raiva de preto, bicha, maconheiro, sapatão, piranha, japa, índio, maluco e analfabeto. Os anos se passam e a situação continua a mesma. Recebemos a herança cultural dos nossos antepassados e a continuamos, sem ao menos extinguir as coisas ruins. É a estrutura.
Como ninguém é perfeito, citarei uma letra da cantora Sandy. Coitada, essa sofreu com a estrutura. Mesmo após fazer sucesso com seu irmão, ela ainda é taxada como filha de sertanejo e virgem.
“Abri os olhos, já não consigo mais fechar.”

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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Brasileiros mais encamisados

Uma boa notícia! O Governo Federal bateu recorde na distribuição de camisinhas em 2009. Até este mês de julho, já são 406 milhões de preservativos distribuídos gratuitamente nos postos de saúde da Rede Pública e nos programas de controle a Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/AIDS). Falo boa notícia, porque a camisinha apresenta uma eficiência de quase 100% na prevenção de doenças, como Aids e Herpes. Ainda segundo informações oficiais do Governo, hoje, um terço dos usuários de camisinha utilizam os produtos distribuídos gratuitamente.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Canção do sofredor

Sobre Todas as Coisas

Composição: Edu Lobo/Chico Buarque de Hollanda

Pelo amor de Deus
Não vê que isso é pecado, desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus
Ao Nosso Senhor
Pergunte se Ele produziu nas trevas o esplendor
Se tudo foi criado - o macho, a fêmea, o bicho, a flor
Criado pra adorar o Criador
E se o Criador
Inventou a criatura por favor
Se do barro fez alguém com tanto amor
Para amar Nosso Senhor
Não, Nosso Senhor
Não há de ter lançado em movimento terra e céu
Estrelas percorrendo o firmamento em carrossel
Pra circular em torno ao Criador
Ou será que o deus
Que criou nosso desejo é tão cruel
Mostra os vales onde jorra o leite e o mel
E esses vales são de Deus
Pelo amor de Deus
Não vê que isso é pecado, desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus

Esta é uma das canções mais perfeitas que eu já pude escutar. Não pela melodia, que em alguns momentos parece arrastada e cansativa, mas sim pela letra, que comove a todos sem distinção. Chico, em sua melhor fase, acompanhado por outro fera, Edu Lobo, mostra toda a sua genialidade com versos e rimas fantásticas. Costumo dizer que esta é a composição do sofredor...
Sofredor sim, pois quando amamos imploramos a presença da pessoa amada. Sentimos falta, nos socorremos a Deus, chegamos a pensar que estamos abandonado por Ele. A dor é tanta, que esquecemos que o amor do Pai é infinito e cheio de bondade, e que mais cedo ou mais tarde, o grande amor sempre volta

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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Abrindo o coração

Tenho vinte anos, mas a vida já me trouxe muitas aventuras. Vivi um bocado, e aprendi coisas na prática, pulando a fase da teoria. Desde o começo do Ensino Médio meu foco sempre foi entrar na faculdade. Tive muitas dificuldades – morava numa cidade pequena, meus pais acreditavam que o 'segundo grau' já bastava – e a pressão para ter este sonho realizado era sempre para o lado negativo. Com isso, nesses quase sete anos, a minha vida se baseou basicamente na vida profissional. O lado emocional, este deixei de lado e esqueci de viver...
Neste ano, como diriam na minha terra, tirarei o meu primeiro diploma de bacharel. Falo isso porque ainda quero alçar voos mais altos e conseguir outros. Comecei uma faculdade de licenciatura em História neste mês de julho e pretendo cursar pelos menos mais duas graduações. O mestrado e doutorado, estes eu deixo por obra do destino.
Como o meu leitor amigo percebeu, a minha preocupação com o lado profissional é tanta, que a minha ideia inicial de falar um pouco das coisas do coração, até agora, foi deixada de lado. Sabe que no começo do ano, na renovação das preces tradicional da virada, pedi ao Papai do Céu alguém para que eu pudesse compartilhar as minhas alegrias e tristezas. É brega, pode ser... Mas é romântico, não? Quando já adentrávamos no mês de maio, esta prece parecia que não seria atendida, mas aí....
Estamos adentrando no mês de agosto, e este promete ser um período de prova de fogo. No mês de julho todo romance é mais fácil: estamos de férias, a vida corre mais solta e os sentimentos se afloram mais. Voltando a vida real, os encontros são menos frequentes, o corre-corre é constante e o coração parece que fica de lado. Não sei como isto funciona, afinal é a primeira vez, sou calouro neste história. Mas, estou torcendo muito para que tudo dê certo e mais uma vez eu não tenha que manter as portas do coração fechado.

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